sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Para o Ano Novo, mensagem do 'nosso' poeta Augusto Rodrigues

Caros Amigos & Pesquisadores & Artistas & Poetas 


segue uma meditação cabralina do ano que se inventa:

"A aranha passa a vida
tecendo cortinados
com o fio que fia
de seu cuspe privado.

Jamais para velar-se:
e por isso são ralos
Para enredar os outros
é que usa os enredados."
(João Cabral)

faço votos de que o próximo ano seja de muita poesia e encontros para bons eventos, boas leituras, bons cafés com versos e bons livros.

que façamos bem esta brasília que faz tão bem para o campo das artes literárias

grande abraço e muita paz em 2011 para vocês e suas famílias

vivo o verso pois o verso vige
vivo do verso para o ver solto e simples
ver vir ser o verso: para o ser
poesia assim: vivoverso ser vivo e ser

Augusto

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

'EM FEITIO DE ORAÇÃO' , e de Noel

*
creio
em você
criador na Terra...
creio na luz
das cores da diferença...
essa é minha crença
!
creio na comunhão dos seres
na revisão do passado
creio que a vida eterna é o agora
creio na força que o Natal comemora
e em tudo que junto se fez
.
creio em nós mais uma vez
e tanto...
em nome do Pai, do Filho e do Amigo santo.
[amém!]

                                 *mix de de Sylvia

A cada Amigo  que esteve diretamente com o Vivoverso em 2010, ofereço  meu credo . Vocês distribuíram -antes da data- o verdadeiro espírito de Natal !  

Gratidão, 'nossa' palavra-tudo* a...

Alex Moraes - o multiartista- e  equipe da Tertúlia Artesanato
Amneres, Augusto,Carpinejar, José Castello, Fiorese, Garcia Lopes, Julliany, Marino, Maurício Melo, A.Miranda, Nicolas, Piero, Pilati, Sergio Sá, Sérgio Leo, Turiba
Ana, Débora, Dora, Gustavo, Henrique, Marlon, Nívia,  do TEL
Eliana Yunes, Júlio Diniz e Érico Braga,  da PUC-RIO
Enrique Huelva, Gisele Melo, Naeli Ritter, do IL-UnB
João Batista de Souza , Vice-Reitor Magnífico
João e Wanderli ,  do Museu da República
Nelson Petry, da Petry Gráfica e Editora

 Em 2011, queremos continuar junto e com vocês!

*imagem poética de Carlos Drummond de Andrade

sábado, 11 de dezembro de 2010

HOMENAGEM A NOEL ROSA na crônica de Ivan Iunes: "O sambista perene"



Do blog da prima Roberta Iunes, http://www.casamentobetaeivan.blogspot.com/

reproduzimos trecho da crônica do jornalista e primo Ivan Iunes, publicada hoje no Correio Braziliense.

"Na madrugada de 9 para 10 de dezembro de 1910, o Rio de Janeiro vivia em estado de quase convulsão social. A reação do governo da então capital federal sufocava a tiros de canhão o último levante relacionado à Revolta da Chibata, na Ilha das Cobras, dentro da Baía de Guanabara. Em meio a uma cidade dividida, o médico José da Graça Mello foi chamado às pressas para o chalé da Rua Teodoro da Silva, em Vila Isabel. O parto, complicado pela bacia estreita da mulher, só foi resolvido com a ajuda de outro médico, Heleno Brandão. Um fórceps mal executado acabou por fraturar o lado direito do maxilar do bebê, que dias depois recebeu o nome de Noel de Medeiros Rosa.

Nas primeiras décadas do século XX, o samba, como retrato do próprio Rio de Janeiro, poderia ser considerado um ritmo partido. Foi no morro do Estácio, espremido entre o samba de roda e o maxixe que teve gênese o samba contemporâneo. A reinvenção do gênero, no entanto, só ganhou o asfalto, poesia e o lirismo atuais a partir do protagonista principal do chalé da Teodoro da Silva.

Nascido há exato um século, foi apenas a partir dos anos 1950 que a obra de Noel Rosa se fez perene a partir de regravações de Aracy de Almeida, uma de suas intérpretes favoritas. A obra do compositor branco, de classe média, mirrado, com apenas sete anos de produção intelectual até o seu desaparecimento em 1937, percorreu um purgatório de 13 anos até que, redescoberta, o transformou no mais influente letrista da história da música brasileira.

Figura controversa, escorregadia, amante da boemia, das zonas de meretrício e da velha Lapa, avesso à luz do dia, porque “levava as morenas embora”, Noel Rosa jogou todo seu talento em sete anos de produção. Cercou-se de pouco mais de 60 parceiros, entre os quais Antônio Nassera, Cartola, Ismael Silva, Wilson Batista e o mais produtivo deles, Vadico, com quem compôs sua obra prima “O Último Desejo”, além de “Feitio de Oração” e outras.

Deixou um legado de 252 composições, fora parcerias que não assinou pelo que chamava de “nossa amizade”. Produziu uma obra atemporal, tão irônica quanto lírica, com temas até hoje atuais, como a invasão cultural norte-americana. “Até Noel, a lírica musical brasileira era parnasiana, idílica e o amor, algo inatingível. Ele vulgariza isso tudo, trazendo inclusive o amor para uma linguagem cotidiana, coloquial, extremamente moderna. Ele entende o modernismo mais do que boa parte dos modernistas”, explica o pesquisador André Diniz.

Em uma era onde o rádio e a mídia eram incipientes, soube cultivar polêmicas e, no rastro delas, se eternizar. Somente para a inspiração do primeiro sucesso, a paródia do Hino Nacional “Com que Roupa”, inventou um par de histórias diferentes – da mão que havia escondido suas roupas para que não saísse à noite até uma canção política, sobre o estado do país na época, uma nação de “tanga” como gostava de dizer. Da mesma forma, trava um duelo musical com Wilson Batista, amplamente divulgado e motivado por ciúmes da mesma Ceci que, além de inspirar “O último desejo”, também o levou compor “A dama do cabaré”. Ao morrer, deu início ao final da era de ouro da música brasileira, que nunca mais teria o mesmo vigor."

***

VIVOVERSO  presta com o autor sua homenagem ao grande POETA DA VILA, quando completaria 100 anos.

...Que tal deixar pra nós nos comentários alguns versos de Noel?