Emocionei-me ao ler no último dia 20 de maio a matéria da capa do Caderno Cultura. Vi que aquela emoção que as palavras de um poema provocam em mim não é privilégio meu, nem faz de mim um ser de outro mundo.
Para alguns a poesia é “coisa do passado”, “coisa pra gente velha”, mas a foto do Correio Braziliense desmente essa falácia, são pessoas de todas as idades que se reúnem em diversos pontos da cidade unidos pelo vínculo da arte da palavra. E há quem diga que: “a poesia está morta”, “ninguém mais dá valor à poesia”, “poesia é muito piegas”.
Certa vez ouvindo uma palestra de Rubem Alves sobre educação, algo mudou minha prática de incentivo à leitura. Ele fez um passeio pela origem da palavra seminário, e declarou que o ato de dar aulas (fazer seminários) deveria ser um generoso jorrar do sêmem da palavra sobre a terra fértil (ou não) das mentes.
A partir de então tenho uma prática em sala de aula e que reproduzo sempre que vou começar a falar de poesia a uma nova turma. Pergunto "-quem gosta de poesia?" Sempre há alguns poucos que dizem que sim, mas a maioria declara sua aversão por meio de frases pejorativas. Então eu peço (a uma das pessoas que criticou ferozmente a poesia) que ouça como se ouvisse a voz da pessoa amada e eu recito um poema de amor (“antigo” e “piegas”). Termino com aplausos emocionados e pedidos de “mais um”. A partir deste momento eles não me deixam dar aulas sem primeiro recitar um poema.
Tempos depois, quando reencontro alguns destes alunos, eles têm prazer em relatar a quantidade de poesias que leram e que buscaram sozinhos para não perder a magia que a palavra semeara neles.Então me sinto gratificada, e sei que meu trabalho não é vão.
E, como prova de que a poesia está muito viva, em setembro teremos a segunda edição da
Bienal Internacional da Poesia que promove eventos relacionados com a arte da palavra por todas as regiões administrativas da cidade, será um ótimo momento para você ter um contato pessoal com a poesia.
Na abertura da II BIP, no Museu Nacional, haverá uma homenagem a Oswaldo Montenegro e a vários poetas da cidade com o espetáculo “Brasílias de Luz” pelo Grupo Vivoverso.
A poesia está viva, então... viva a poesia!
Professora Maxçuny Alves Neves da Silva
Maxçuny muito legal, é isso aí..semeando poesia. Continue assim movida pela arte, a vida fica muito mais interessante.
ResponderExcluirBeijão,
Mônica